quinta-feira, 8 de maio de 2008

Metodologias de Aplicação de Sistemas de Gestão de Conhecimento

Maria Lúcia Freire e Pedro Cunha são os autores deste excelente artigo (RH Magazine) que nasce em sequeência de um artigo anterior, dedicado aos instrumentos de aplicação de um sistema de gestão do conhecimento. Assim, vão evidenciar as metodologias necessárias para a implementação da GC nas organizações.
1. Transferência e partilha do conhecimento: o e-Universo

Intranets CorporativasDevemos, desde já, salientar que existem tantos projectos intranet quantas as empresas ou direcções ou serviços ou mesmo indivíduos.Uma intranet corporativa consiste num sistema que aplica protocolos Internet e aplicações que disponibilizam, controlam e transferem informação dentro de uma organização. Em geral uma intranet interliga três componentes fundamentais: recursos tangíveis, e.g., computadores, recursos intangíveis na forma de dados e, mais importante, as experiências e conhecimento das pessoas dentro da organização (Directorate-general for Enterprises – European Commission, 2004).As intranets podem também ser utilizadas como extranets, isto é, utilizadores autorizados fora da organização, tais como colaboradores “remotos”, fornecedores, parceiros ou clientes que podem conectar-se (através de uma password de acesso controlado) a fim de colaborarem, comunicarem e partilharem informação crítica para a empresa.Fig. 1 – Layout genérico de uma extranet
GroupwareUm groupware consiste no software projectado para auxiliar grupos de pessoas, geralmente distantes fisicamente, mas que trabalham em conjunto. O groupware visa aumentar a cooperação e a comunicação interpessoal, apresentando fortes dimensões sociais e organizativas.Um sistema de groupware proporciona a plataforma ideal para a criação de aplicações de colaboração. Trata-se de uma aplicação que facilita a partilha de informações e o trabalho conjunto em projectos. Pela sua característica de tornar o trabalho em grupo e a comunicação entre utilizadores mais efectiva, estas aplicações devem ser executadas sobre uma rede de computadores para aproveitar a infra-estrutura existente de troca de mensagens.Entre as aplicações de colaboração mais comuns, destacam-se o correio electrónico, os grupos de discussão, a videoconferência, centrais de suporte e atendimento a clientes. Relacionando as semelhanças e as diferenças entre as tecnologias da intranet e do groupware, podemos afirmar que ambos dependem da infra-estrutura de envio e recebimento de mensagens e dedicam-se a fóruns de debate específicos.No entanto, o groupware utiliza o modelo push (empurrar) de distribuição de informações, onde os dados e os documentos são distribuídos a partir de um repositório central para todos os utilizadores do sistema, independentemente do grau de interesse de cada um em relação ao material recebido. Já a intranet faz uso do modelo pull (puxar) de distribuição de informação, onde apenas os utilizadores interessados em determinado conjunto de dados o localiza e exibe. De acordo com Nonaka e Takeuchi (1995), a externalização é provocada pelo diálogo ou pela reflexão colectiva. O groupware oferece suporte e amplia esse processo ao permitir a colaboração de pessoas que não trabalham, necessariamente, no mesmo local. Os grupos de discussão e os chats são aplicações comuns de groupware, que permitem a articulação do conhecimento tácito através da escrita. À medida que a tecnologia evolui e oferece suporte à interacção via vídeo, a dimensão tácita torna-se cada vez mais presente. A meta do groupware consiste em oferecer uma interacção de qualidade semelhante a uma conversa face a face. Contudo, a escrita ainda é a forma predominante de comunicação no groupware, sendo assim a externalização o processo dominante de conversão do conhecimento nesta categoria.(…)

Sem comentários: